JAIME DA SILVA ARAÚJO - TYRYETÊ KAXINAWÁ

JAIME DA SILVA ARAÚJO - TYRYETÊ KAXINAWÁ
Fundação Tyryetê kaxinawá é um grupo de amigos que tem como finalidade principal trabalhar a consciência ambiental pela participação lúdica de todos, no sentido da influência recíproca homem / meio-ambiente.
Considerando Meio Ambiente como:
TUDO que relaciona o homem à VIDA !
Atuamos em 4 eixos:
Programa ABR - Amigos Brincando e Reciclando
Geração de Renda -
Espaços Sustentáveis -
Acervo artístico e cultural dos povos da floresta
MISSÃO:
Nossa proposta é atender a necessidade de mudança de comportamento recomendada pela UNESCO, no trato da questão ambiental sob as perspectivas cultural, educacional, econômica e psicológica.
VISÃO DE FUTURO:
Pretendemos constituir modelos de atuação no foco do desenvolvimento sustentável, estendendo-se além da área escolar para condomínios, clubes sociais, organizações, etc.

domingo, 7 de agosto de 2011

AMAZÔNIA VIVA TYRYETÊ KAXINAWÁ - 03 A 14 DE AGOSTO DE 2011

Local: Salão de Exposições do Museu Botânico Municipal
Rua Eng. Ostoja Roguski, 690 - Jardim Botânico - Curitiba - Pr
Horários:
Segunda à sexta-feira das 08h30 às 12h e das 13h às 17h
Sábados e domingos: 09:00 às 18:00

Com o objetivo de divulgar e valorizar a cultura, potencial e talento indígena, o MAE – Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal do Paraná, a Fundação Tyryetê kaxinawá e a Fundacen Ensino Profissionalizante somaram esforços para a realização da exposição denominada “Amazônia Viva” que acontece de 03 a 14 de agosto de 2011 no Museu do Jardim Botânico em Curitiba-Pr.
Destacam-se neste evento o acervo de Tyreytê kaxinawá / Jaime da Silva Araújo que, através de suas obras retrata a riqueza da biodiversidade amazônica, além de aspectos peculiares do modo de vida das populações indígenas daquela região.
Cada quadro é a memória viva da fauna, flora e dos moradores da floresta amazônica.
§ Tyryetê também conhecido como Jaime da Silva Araújo, nascido no Rio Jordão, sudeste do Amazonas, filho da tribo kaxinawá, atuou como técnico agrícola, poeta, escritor, sindicalista, artista plástico e ambientalista.
§ Autor do Calendário 1 – Ano Agrícola na Amazônia para o Departamento Nacional de Cooperativismo “DENACOP”, do Ministério da Agricultura, em 1993
§ Coordenador Professor do Projeto Ambiental do Memorial Chico Mendes, no período de 1991 a 1994, em Curitiba – PR.
§ Participação de debates da Constituinte de 1987, na área de Seguridade Social, e ampla experiência na organização de bases comunitárias.
§ Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Novo Aripuanã, no período de 1985 a1988.
§ Presidente do Conselho Nacional dos Seringueiros, com sede no Acre.
§ Experiência internacional em parte da Europa, América Latina e Estados Unidos, como palestrante em seminários, encontros e assembléias na defesa das florestas, dos rios, da fauna, dos povos indígenas, dos recursos naturais da Amazônia.
  • Participante da Assembléia da ONU, realizada em São Paulo, em 1985, com o tema “Por Um Futuro Comum”.
  • Participação como voluntário no Programa Comunidade Escola em Curitiba desde 2007 com palestras com o tema “Preservação da Vida” e oficinas de adubo orgânico.
  • Realizou trabalhos na Biblioteca da Floresta Marina Silva no Acre no ano de 2008 com universitários e exposição de telas no mesmo ano com o tema “Natureza e Cultura: visões de Tyryetê.
  • Ilustrador da agenda da UFPR em 2009.
  • Foi também responsável pelo design arquitetônico da Universidade Livre do Meio Ambiente.
  • Viveu em Curitiba de 1991 a 2010.
O clima frio somado a um passado de difícil enfrentamento, fragilizou a saúde do índio que veio a falecer no dia 23 de julho de 2010 quando visitava a família em Macapá.
Além deste valioso acervo, constam na mostra a representação econográfica da língua guarani,, através do Dicionário Guarani, uma obra do Prof. Antonio Cabreira, vice-presidente da Oscip Guarani, sediada na Aldeia do Ocoy – localizada em São Miguel do Iguaçu-Pr.
Outros valores ali representados como o artesanato do Sr. Zé do Bambu, indígena cariri de Alagoas que encontra-se em Curitiba há pelo menos 40 anos e também do trabalho desenvolvido por Caciporé, indígena kaigangue que trabalha com estufas agroecológicas.
Desta forma, conscientes da fôrça da comunicação e do importante papel dos profissionais desta área, convidamos a todos que possam somar na transmissão desta autêntica cultura, que faz do nosso país, único, na multiplicidade de conhecimentos e saberes das comunidades tradicionais.


Com imenso respeito e profundo afeto, o MAE - Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal do Paraná apresenta a exposição inédita de seu acervo pictórico "Amazônia Viva", composta por 30 obras plásticas de Tyryetê Kaxinawá ou Jaime Araújo, nome de "branco" que recebeu e adotou e que lembra-nos das fusões, associações, significados múltiplos do trânsito que a vida impõe e revela. Tyryetê repartiu conosco nas cores, luzes e sombras de suas telas, elementos dessas muitas faces - nem sempre justas e agradáveis, diga-se - expressas nos movimentos da vida: a um só tempo frágil e hostil. "Amazônia Viva" mostra dualidades, ambiguidades, aniquilamentos, destruições, mas também beleza e leveza. Mostra , sobretudo, a infinita paixão e indissociabilidade com as quais Tyryetê percebia a floresta, seus povos, suas riquezas. Nesse seu modo de ver, uma preciosa lição.
A coleção "Amazônia Viva" foi adquirida pelo MAE no ano de 2008 e integra o acervo da Universidade de Documentação Visual do Museu.

Antropóloga Dra. Márcia Cristina Rosato


Jaime da Silva Araújo nasceu em 1939 entre os índios Kaxinawá, no Acre. Seu nome indígena, Tyryetê Kaxinawá, significa "saber repartir". Criado por um casal de seringueiros cearenses, trabalhou na Amazônia como seringueiro, horticultor e pescador. Para enfrentar a realidade de abuso à qual estavam submetidos os extrativistas, engajou-se na luta política que, em 1984, desembocou na criação do Conselho Nacional dos Seringueiros, do qual foi presidente até 1989. Além da defesa dos direitos dos trabalhadores, preocupava-se com a preservação da floresta. Paralelamente à militância, desenvolveu obras artísticas: livros, poesias, desenhos e ilustrações. Na década de 1990 mudou-se para Curitiba, onde participou da implementação da Universidade Livre do Meio Ambiente e de projetos de educação ambiental. Escreveu o livro de cordel "Do Nordeste ao Seringal"; "A Amazônia - o Seringueiro e a Reserva Extrativista" e "Terra que sofre - Floresta que morre", uma coletânea de poesias ecológicas. Morreu em Macapá em 2010.

Antropóloga Mestre Vanessa Durando


Tyryetê encarna um fragmento da história do Brasil. Nele, as profundezas da floresta acreana renascem como memória plástica e instrumento de uma luta justa contra os estragos da colonização. Tyryetê, Kaxinawá e seringueiro, sempre conservou em sua memória ativa as lembranças do local onde se criou e que aprendeu a amar com a intensidade do antivo que, submetido aos limites da sobrevivência, aprende a fazer dela a arte de viver. Essa memória se expressa, verde e exuberante, nos quadros desta exposição. Misturada às lembranças, Tyryetê criou uma forma própria de materializar essa memória e acrescentar esse ponto de criatividade que faz brilhar as cores de um modo especial e que integra pessoas e animais em um mundo de vida vegetal em que tudo o engole sem oprimi-lo. A presença permanete da floresta representa a manifestação da vida e não apenas uma paisagem para narrar uma cena qualquer. É a essa vida que Tyryetê dedicou a sua, e da qual quis deixar o registro de um artista original.

Antropólogo Dr. Miguel Alfredo C. Naveira

"A pintura nasceu de uma necessidade: quando escrevi meu primeiro livro eu precisava de uma capa. Como não tinha dinheiro pra mandar fazer iniciei a árdua tarefa de fazer o que não sabia. Foram 37 noites de tentativas 461 folhas de papel gastas de 24 de outubro a 30 de novembro de 1990. O resultado desse sacrifício está sendo exposto em vários salões do mundo. Não sou artista afamado, não sou um escritor de best seler, não sou um poeta de renome, não sou estrela nem doutor: Eu sou apenas TYRYETÊ KAXINAWÁ"

Nossos agradecimentos:

Prof. Dr. Zaki Akel Sobrinho
REITOR UFPR

Prof. Dr. Rogério Andrade Mulinari
VICE-REITOR UFPR

Profª Elenice Mara Matos Novak
PRO-REITORA DE EXTENSÃO E CULTURA

Antropóloga Drª Márcia Cristina Rosato
DIRETORA MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA

Museólogia
Ana Lúcia de Mello Nascimento

Ação Educativa
Drª Yara Aparecida Garcia Tavares
Ms. Andréia Baia Prestes

Programação Visual
Anna Carolina Brandalise
Juliana Stefanes

Pesquisa
Bolsista CNPQ Ms. Vanessa Durando
Bolsista MAE Milena Woltovicz Cardoso

Textos
Antropóloga Drª Márcia Cristina Rosato
Antropólogo Dr. Miguel Alfredo C. Naveira
Antropóloga Mestre Vanessa Durando

Revisão
Maria Cristina Périgo

Prefeitura Municipal de Curitiba
Salão de Exposições do Museu Botânico Municipal
Secretaria Municipal de Meio Ambiente

Fica aqui o nosso agradecimento a todos que colaboraram direta e indiretamente para a realização de mais este trabalho.

O planeta agradece!







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